quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Maiara e Renato


A família completa 

Primeiro dia de aula do 3º ano, queria curtição, ficar com meus amigos, ir para as festas, enfim, coisas de uma adolescente de 17 anos. Pensava muito no vestibular e o quanto queria ir embora para Curitiba, cidade que sempre amei, mas o destino me pregou uma peça, e agradeço muito, pois hoje sou muito realizada.






Entrei na sala e vi aquele garoto marrento sentado no fundo, já o conhecia, não de conversar, só de vista, e sempre achei que ele fosse mais um ”rebeldezinho” sem causa, mas não sei explicar, quando olhei pra ele senti que algo me chamou a atenção. Tanto foi para minha surpresa que precisei sair do meu lugar e ir até uma amiga que sentava perto dele, somente pra olhar mais perto.
Acho que ele percebeu, logo se aproximou de mim e iniciou uma conversa com uma de minhas amigas, que ele conhecia também.
Aos poucos ficamos amigos, e quando vimos já não nos separávamos mais. Era uma amizade muito bonita, eu adorava passar horas conversando com ele, e comecei a perceber que de rebelde ele não tinha nada, era um cara muito legal e que me ajudava bastante nas incertezas que eu tinha.
Um dia ele me disse que estava apaixonado por uma garota e eu sem nem perceber deduzi que era uma amiga nossa, e sempre forçava a barra falando dessa nossa amiga fazendo com que ele ficasse quieto e parasse de falar, no fundo eu sabia que EU era a TAL, mas o medo de encarar um relacionamento naquela altura do campeonato, ainda mais com um amigo que tanto estimava, fazia com que eu sentisse arrepio só de pensar em estragar nossa amizade.
Até que um dia ele se declarou, foi em uma de nossas baladinhas, e ele já tinha bebido, e eu não dei muita bola, já estava bem interessada, só que não admiti nem pra mim mesma, fingi que não era comigo.
Alguns dias depois na última aula, minhas amigas colocaram “pilha” e fizeram com que eu desse um beijo nele, foi o primeiro de muitos que viriam. O problema é que eu não queria nada sério, ou achava que não queria, e mesmo curtindo estar com ele, falei que não dava mais, que ele era só meu amigo, e acabou o que nem tinha começado.
“Fiquei” com outro carinha, mas tudo que eu ia fazer lembrava do meu grande “amigo”, queria que ele estivesse junto. Inclusive, o garoto com quem eu “ficava” começou a perceber que eu só dizia
coisas sobre o RENATO, que até então era somente meu amigo.
Passou algum tempo, eu e o carinha estávamos nos afastando cada vez mais,então numa noite ele me buscou no cursinho e pediu para conversar, disse que já não sabia o que queria, e que a gente era mais amigo do que outra coisa, me veio um alívio, como se tivessem tirado um peso das minhas costas, e a primeira imagem que me veio a mente foi o rosto do meu Renato, sorrindo pra mim.
Não contei para ele que não estava mais de rolinho com o outro, passou mais de uma semana, e então numa aula de matemática ele discretamente perguntou como estava o meu amorzinho, foi assim bem irônico, na verdade até hoje tenho certeza que uma de minhas amigas contou para ele, como pode saber que eu estava
sozinha de novo? Bem, eu respondi que não tinha relacionamento, e ele pediu para me levar pra casa na saída da aula, eu disse que não teria problema, ele tentou me beijar, e eu durona mais uma vez, disse que não era assim, que quando fosse acontecer eu daria um toque.
Fomos pra um barzinho no fim de semana, e minha cabeça martelava, o porquê de ser tão durona, medo de tentar ser feliz, achava que ele seria um obstáculo para o meu passaporte da liberdade. No fim, naquela noite no barzinho, cheguei ao ouvido dele e disse:
- Eu não falei que daria um toque?!
Ele virou e me beijou, lembro como se fosse hoje, foi um beijo tão apaixonado, com um sentimento tão profundo, e então me entreguei à paixão. 
Isso já faz 6 anos e 5 meses.
De lá pra cá, somente coisas boas nos aconteceram. Não, eu não fui para Curitiba, e nem para o EUA, como era minha vontade, não quis me arriscar, pois o meu mundo estava aqui. Muitos diriam que fui louca, como uma garota tão jovem deixar de correr atrás de certos sonhos para viver um romance? E se eu tivesse ido? Tivesse me tornando alguém importante profissionalmente, enfim, financeiramente estivesse tudo em ordem, mas e o amor? Esse amor puro de jovem que nos uniu, esse amor de verdade de acordar todas as manhãs e fazer uma piadinha, de beijar com emoção, de ouvir eu te amo mil vezes por dia e ver o olho do outro brilhando enquanto pronuncia estas palavras, ver o choro emocionante enquanto nossa casa estava sendo construída, do nosso primeiro carro, porque com nós foi tudo assim, tudo junto.
Não, eu não poderia ter ido jamais, ter deixado de viver tudo isso, e nem todo dinheiro do mundo me faria feliz. Saber que nossas famílias são unidas, saber que amamos e somos amados, chegar em casa e ouvir o que o outro tem pra dizer. Não há coisa melhor.
Não gostaria de ter perdido nem as brigas, pois com elas aprendemos mais sobre o outro, mostramos que temos personalidade, que temos sentimentos diferentes e pensamentos também, mostramos que somos humanos, e depois da tempestade sempre vem o beijo, o choro, o perdão.
Meu amor é meu melhor amigo, meu confidente, meu irmão, meu anjo, meu tudo.
Ele me pediu em noivado da forma mais linda do mundo: me levou no local do nosso primeiro beijo, e questionou se eu queria mesmo ser sua esposa. Tínhamos 4 anos de namoro, minhas pernas bambeavam como quando da primeira vez que estive ali, e claro que minha resposta seria sim, mil vezes sim. O destino me pregou mais uma peça, em Setembro deste ano, nossa casa, casa que construímos com nosso suor, com o amor e o dinheirinho contado, ficou pronta! Em um sábado, mais precisamente no dia 22 de Setembro de 2012, íamos sair com alguns amigos, e o local marcado seria na nossa casinha. Me arrumei, e esperei por ele, ele me levou até lá, e para minha surpresa, tinham velas, flores, jantar, e amor, muito amor ao som de Aerosmith e Bom Jovi. Como eu poderia ter ido e deixado meu amor?
De tudo nessa vida eu tenho uma só certeza, eu sou realizada! O vejo todos os dias, conto nos dedos quantas vezes não nos vimos nesses anos todos, e garanto, não enjoo, não canso, não me imagino de outra maneira, eu mudei minha vida, mudei pra melhor.
Iremos casar ano que vem, e sonhamos juntos todos os dias, somos acima de tudo companheiros.
Agradeço aquele primeiro dia de aula no 3º ano, aquele olhar que mudou a minha história.

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